segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

IRA


IRA
De repente a ira tomou conta...
Tudo ficou turvo
Salivava como um animal antes do ataque
Enfurecido pela maldade, revoltado pela injustiça
Sua mente era só fúria, confusão
Foi como uma onda que se aproximou e o levou sem controle
Com isso, tudo pode acontecer
TEMPO...
Respiração ofegante, diminui, diminui, diminui...
SILÊNCIO...
A luz volta devagar aos olhos...
ANGUSTIA...
Sangue começa a fluir... normal.
Enfim,
o choro!

Daniel Porto

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

AMIZADE


Amizade
Eu tenho amigos como quem canta
Os versos cantados, são histórias de nossas vidas
Os refrões desafinados, são desalinhos de nossas diferenças
Nossas crenças, nossas verdades,

Eu tenho amigos para ter história

Para trilhar caminhos, para poder me encontrar
Para mudar verdades. Para aprender a sonhar.
Para ter outro olho, além do espelho a me olhar.

Eu tenho amigos para ser feliz

Porque onde está o verdadeiro amor, ali DEUS está presente
Amizade é a imagem de DEUS latente,
Chamando-nos a melhorar
Evoluindo nosso caminhar
Como um pilar de nossas vidas.

Eu tenho amigos, porque assim é mais fácil curar as feridas

Recomeçar histórias, aprender a pensar,
Voltar a ser criança, como bobos brincar.
Eu tenho amigos para sorrir


Para sorrir e para chorar.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

CONSUMISMO


Hoje, o eterno acaba amanhã
As relações são de mentira
Os motivos são inventados
Os amores são banais

Hoje, a poesia está morta
O sentimento é ridículo
Tudo tem um objetivo
Mas não sabemos qual

Hoje, adoramos o que nos mandam
Não pensamos, digerimos
Não vivemos, apenas cumprimos,
Nossa obrigação de gado e número.

Hoje, que tudo morreu
E a esperança dança no fio do trapézio
Pensamos qual será o próximo passo
Da bestificação em forma de progresso
Do kamikaze que sonha com a vida eterna

Hoje que não sonhamos nossos sonhos
Morremos infelizes sem saber o por quê
Pois na verdade nunca vivemos para saber
Somos um projeto de algo que na verdade,
 nunca veremos nascer
Hoje !

Daniel Farias Porto 

sábado, 17 de dezembro de 2011

POESIA DESESPERADA


POESIA DESESPERADA
Eu quero fazer poesia desesperada, destemperada,
Sem oração
Eu quero gritar minhas magias
Magias loucas, sem calmaria, só agonia, sem mansidão
Meu pensamento é latente, pulsante, inconstante,
Sem noção
Meu grito é forte, minha dor ardente, não sou dolente,
Sou só paixão
Meu sangue escorre do que escrevo, reverto o medo, sou fúria, canção
Imagino tudo em segredo, depois explodo, sou furacão.
Minha alma acalma, vem os amores, cheios de pudores, sem nenhuma paixão
Mas de repente sou eu de novo
Igual a todo povo
Igual a tudo vão

Daniel Farias Porto

O TEMPO (Mario Quintana)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

PECADO


Ontem  ouvi o canto da sereia!
Como a brisa ,o vento. Suave e constante,
Como a voz do pecado, doce e letal,
Me diz para morrer amanhã e viver para sempre hoje.
Não consigo resistir.
Hoje ela me chama novamente!
E sei que novamente não vou resistir!
Mas subverto o inevitável,
Sou poeta e não um tolo,
Lastimo seu canto
Tenho pena da sua sina,
Mais do que da minha.
Triste é cantar para a morte
Lastima é morrer por ela,
Pois hoje seu canto não mais me atrai,
E me faz tão bem
Mais do que quando atraía,
 Zombo da morte,
Celebrando a vida,
Sou pecador,
Mas não represento o pecado,
Ela sim!



Daniel Porto

domingo, 11 de dezembro de 2011

Os Quinze Anos do Meu Filho


Os Quinze Anos do Meu Filho

Quando a mocidade era mais latente em minha face, meus sonhos não passavam por ser pai, constituir família, ter por obrigação a vida de outra pessoa, por quem quer que fosse. Eu só pensava no hoje, no agora, adorava todos os bons vícios que os prazeres da vida tem, e que até hoje me batem à porta.
Eu pensava em ser solteiro até os 40, e depois sim buscar um casamento, depois de cansado da vida solitária e da boêmia, mesmo não sendo tão boêmio assim. Contudo, o casamento foi inevitável, depois de uma longa história de amor, e para minha surpresa veio o filho.
Quando me vi pai, vi que tinha nascido para “ser”. Os outros prazeres são muito importantes;  os outros amores existem, existirão sempre, mas que a incondicionalidade desse amor é algo que grita em minha alma, é um perfume que nunca mais quero deixar de sentir.
Por ser pai, passei a ter sonhos, a gostar mais de mim, de ter ambição sadia e com ela procurar ser motivo de orgulho para meus filhos, e com isso e por isso tentei forjar seus princípios com valores que busco em minha vida.
Só depois de ser pai pude me aproximar de DEUS, e ter um “humano entendimento” da magnitude do amor DELE por nós. Pude dar valor ao seu sacrifício, e ver como é de fato grande o amor de quem nos gerou.
Hoje sei que nasci para gerar o Arthur e o Bernardo, e que minha vida não é só isso, mas é principalmente isso, pois todo o resto vem a reboque diante desse amor.
Hoje o Arthur fez 15 anos, o Bernardo logo será outro rapagão, e vejo que assim como eu, eles seguirão, sempre em frente, sempre na busca do crescimento, criando seus caminhos, vivendo seus amores, girando o dínamo que faz tudo se modificar: a vida.
Sou um pequeno ponto nisso tudo, mas manterei acesa minha luz, que brilhará incansavelmente com todas as minhas forças, nem que seja para servir de norte para os que amo.
Daniel Farias Porto

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

PARA UMA AMIGA



PARA UMA AMIGA

Uma vez uma amiga me indagou
Sobre o que eu escrevia
Se eram coisas passadas
Ou então ainda latentes
Se era eu mesmo: 
O melancólico
O entusiasta
O grosseiro
O poeta
O prático
O bobo
O engraçado
O sério
O profissional
E por ai vai

Falei que era tudo isso
E mais o que não sei
Não sabemos ao certo o que somos
Apenas supomos
E é supondo
Que vivemos nossos sonhos


Daniel Farias Porto

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

AUTOPOIESE


AUTOPOIESE
Ontem eu vi uma rosa,
e a pétala caiu,
e o tempo passou,
e a rosa morreu.
Para depois renascer
na beleza de outra rosa.
É a vida em todo o seu sentido,
não somente de viver,
de sofrer com a morte,
mas principalmente
renascer.
Quem vive verdadeiramente
renasce de suas mortes
em busca da plenitude
de sua existência.

Daniel Porto

domingo, 4 de dezembro de 2011

ESPELHO ABSTRATO

O retrato e o espelho, o que fomos e o que nos transformamos.


ESPELHO ABSTRATO

Hoje eu te vi no retrato,
vi coisas de você que não existem mais;
vi a luz que mudou de cor...sua luz!
Hoje eu voltei ao passado,
senti coisas que não lembrava mais,
coisas que não lembrava...
Culpa do retrato!
Vou rasgar o retrato,
esquecer o passado,
vou olhar no espelho;
esse espelho abstrato.

Daniel Porto

sábado, 3 de dezembro de 2011

MEU QUERIDO AMIGO

Este texto fiz algum tempo atrás para meu querido amigo e incentivador José Carlos Sabóia, carinhosamente chamado por mim por "The Boia". Ele mostra um pouco da nossa prazerosa amizade e do muito que ela representa na minha vida. Tenho a sorte de ter amigos leais e  tenho a real  necessidade deles, pois são imprescindíveis e fazem parte das poucas coisas que realmente importam na vida, assim como a família, os amores, a arte, e a mais importante de todas DEUS. Para os demais e não menos importantes, saibam que postarei ao longo do tempo minhas palavras, humildemente ofertadas a cada um, porém hoje, oferto de todo coração para você meu amigo "The Boia". 
DECLARAÇÃO DE AMIZADE


Meu querido amigo
Meu amado irmão
Que linda missão nos coube
De sermos alavanca um do outro
De nos bastarmos em confiança e respeito
De querermos bem até doer o peito
De sermos verdade
Talvez uma das maiores em nossas vidas
De vivermos ajudando a curar as feridas
Que a vida inexoravelmente nos trouxe.

Meu amigo
Este é apenas um desabafo
De lágrima e sorriso, ao lembrar-me de você,
Pois seremos amigos até morrer,
E assim, nossas almas, com certeza se encontraram noutro espaço!

Daniel Porto

terça-feira, 29 de novembro de 2011

COTIDIANO DE UM SONHO

Para melhor entender o texto abaixo: Viajei com minha família  ha uns dois anos para uma cidadezinha praiana, do pequeno litoral do Piauí, chamada Cajueiro da Praia, com não mais de 6 mil habitantes. A   maioria da população ,lida com pesca e pequenas criações. Lugar impar, um paraíso. Dentre os dias que passei por lá, por um momento parei e observei o modo de vida daquele povo.Eles não tem a nossa pressa, a nossa aceleração, pois tudo se resolve, e não convêm ficar se angustiando por qualquer coisa. 
Essa calma nós perdemos, pois vivemos numa roda viva que nos faz viver sem saber porque. 
Me imaginei então, saindo da loucura, que é viciante, para saborear a calma caiçara dos que realmente sabem viver.

Cotidiano de um Sonho

Eu te vi sentada no alpendre da casa velha, de caibros e linhas de carnaúba, com paredes grossas caiadas de verde. A imagem de Jesus nos olhava serenamente com seu coração exposto. A poeira fina do solo morto, impregnava minha roupa de linho. Meus dedos suavam na sandália de couro que tu compraras na feira de sábado.
Estava feliz meu amor, nossa vida era simples e bonita.
Aos domingos, íamos à missa das seis e às oito horas ouvíamos a chamada da missa das crianças, balançando-nos nas cadeiras de balanço, na calçada sombria e alta de nossa casa, vendo as crianças passando, apressadas e brincalhonas, sem se dar conta do que viviam.
Conversávamos um pouco com os conhecidos, lastimando a falta do inverno seguro e indagávamos sobre a guerra do outro lado do mundo.
O almoço era rústico e frugal, mas tinha um gosto de eternidade. Depois nos deitávamos na rede e, no balanço do vento, dormíamos até o rosto marcar do lençol.
À tarde, eu pegava a minha bicicleta e ia conversar com o compadre do armazém, e zombar dos bêbados conhecidos na pelada do campo de futebol, feito no leito seco do rio frade. Você fazia a sopa e “barria” o chão, cuidando da casa sem se dar conta.
 Noitinha, olhávamos as estrelas luzentes como um sol, e contávamos para os amigos nossa vida na metrópole, a loucura da falta de tempo, a corrida pelo dinheiro, a morte.
Hoje a morte está no cemitério no final da rua larga, perto da igreja. Sabemos onde fica e não tememos o trajeto, pois hoje o tempo passa leve, como a brisa que sopra em teus cabelos brancos e bonitos.
Vencemos o tempo, deixamos de correr atrás dele, hoje ele nos espera, no nosso passo lento da idade chegada, na voz frágil e trêmula, na pele fina e marcada; em nossos olhos azuis; azuis de tempo. Tempo.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

POESIA MORTA

Adoro poema. A forma emoldura a beleza das palavras e seus sentidos, mas a obrigatoriedade dessa forma, as vezes mata o que se tem a dizer, e a ousadia sempre é necessária para o crescimento do que quer que seja, até  o nosso.
Poesia Morta


Um dia eu li uma poesia.
Boa métrica,boa forma,
Boa linguagem,lindas palavras.
Seus versos lembravam não sei o quê,
Mas eram bem elaborados,
Encantados, perfeitos,
Vi-me tentado a desvendar seu conteúdo,
Buscar o que a poesia verdadeiramente se propôs,
O sentimento!
Ora, se Deus escreve certo por linhas tortas,
Como podemos enquadrar de forma perfeita
O que vem do coração?
Maravilha se rima, então,
Mas se não rima... Que seja mais do que forma,
Sextilha, prosa ou quadrão,
Decassílabos encadeados,
Qualquer tipo elaborado,
Concatenado, conjunção.
Não sou contra a forma,
Ao contrário
Pois quando se encaixa o sentimento na palavra,
Vira obra linda,
É a beleza da flor, com seu aroma agradável.
Mas se for para escolher:
Viva a palavra que busca transformar,
Enriquecer, melhorar,
Pois a que serve apenas para rimar,
Já nasceu morta,
Viveu em vão.



Daniel Porto

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

ESQUIZOFRENIA

Escrevi este texto tentando demonstrar o sentimento de um amigo que é vítima desse mal. Ele era um rapaz inteligente, bonito,normal. Um dia veio a crise e a constatação da esquizofrenia, com isso, o sofrimento dos seus e a restrição da sua vida foi inevitável, Ficou preso no seu mundo, com medo das crises e alucinações, numa luta eterna e desleal, com este mal que angustia e dilacera a autonomia mental de um ser humano.
ESQUIZOFRENIA


O mundo todo está me olhando;
Agora já não olha mais,
Mas a vozinha continua falando
Ao pé da orelha, sempre por detrás

Tudo que eu faço é absurdo;
Não, não consigo sobressair
No meio da rua
Ou em cima do muro
A toda hora penso que vou cair

Vou enlouquecendo e me curando
Andando, mesmo sem sair
No meio do tempo, apesar de tudo
Vivendo e morrendo
Agora, agora,
bem aqui!


Daniel Porto

terça-feira, 22 de novembro de 2011

ALMA DE POETA


Alma de Poeta

O poeta é um eterno angustiado.
Um ser fustigado, viciado em sentir,
Uma ave rara que chora ao sorrir
Um espírito puro, dos impuros sentimentos,
Um anjo lascivo, caído, fascinante.
Bebe poesia como água do pote,
Clama pela palavra nas menores reações.
É um ser de vida, morte, vigor.
É o pulso pulsante das eternas paixões.

                                               Daniel Porto

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

AMOR MADURO


Amor Maduro
Se tu soubesses o que eu vivi minha linda, não deixavas que me fosse.
Não tenho amarras, e meu caminho é natural e solitário.
O sorriso que tiro de ti vem da minha solidão,
Minha calma não vem do porto seguro, vem do horizonte.
Senta a meu lado minha flor, espera apenas.
Que a brisa que vem, é frágil e constante,
E é com ela que caminho.
Perdão por não conseguir me prender,
É que sou tudo que vivi
E tudo que vivi só está em mim.
Mas tu também estás
Como parte da minha brisa
Frágil, mas constante.

Daniel Porto

domingo, 20 de novembro de 2011

NESTE SEGUNDO

O nome dessa poesia se deu pela rapidez que foi feita.São precisamente 19hs de domingo, dia 20 de novembro de 2011.Sozinho em casa...todos saíram e eu com meus lidos e escritos...puxei o pc e fiz de primeira este texto sem pausa ou reflexão.Espero que gostem e desculpem os erros pois ainda não dei o tempo necessário da "decupagem" da escrita.

NESTE SEGUNDO
Eu mudo tudo ao meu redor
O mundo que crio pela minha lente
Reverbera meu coração latente,
De amor luz e intenção.
Três vertentes na mesma conexão
Dos estrábicos olhares deste mundo louco.
E eu mesmo ouvindo este som rouco
Subverto os sentidos normais
Minhas palavras ferem, arranham os vitrais
Dos templos de outrora esquecidos.
De todos os lados ouço os gemidos
Da poesia de sempre em minha vida.

Daniel Farias Porto

CAOS


CAOS

Não sei métrica
Sou assimétrico,
Sinto a vida de forma desordenada,
Mistura de bom e mau, de sim e não.
Coloco as palavras no papel
como percebo o mundo ao meu redor,
livre e desconexo,
sem sentido ou equivalências,
pois mesmo se buscando o amor,
podemos encontrar o ódio.
Tudo faz parte da vulnerável condição humana,
Como todos nós.


            Daniel Porto


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dizeres


DIZERES

Digo-te o que sou
Mas não o que verdadeiramente sou
Pois o que sou não sei dizer
Sei mostrar,
Mesmo tentando esconder,
Pois tudo se revela com o tempo e a observação
A verdade sempre vem através dos sinais
E é ao Lê-los, que somos o que somos.
Interpretadores de nós mesmos, do mundo,
das pessoas.
Crianças querendo interpretar DEUS!
Tolos num mundo de ilusão!
Vagantes das sombras e da luz!
Nascidos apenas para o amor!
Fazendo todas as outras coisas em vão!

Daniel Porto

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Poesias de Florbela Espanca

Na minha modesta opinião, a poetisa mais densa e maravilhosa da nossa língua portuguesa. 
Engraçado perceber, mas a atmosfera dramática, introspectiva, até depressiva, dos textos de Florbela Espanca, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, trazem grande parte das reflexões de nossas vidas. É meus amigos, a alegria é mesmo efêmera.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

MINHA ORAÇÃO


Minha Oração

Eu sigo meu caminho pelos passos de Nosso Senhor Jesus Cristo

Eu entrego meu destino nas mãos do meu Senhor

Para que Ele me impulsione quando fraco eu estiver

Para que Ele me recoloque no meu lugar, quando a soberba me tentar!

 Para que eu trilhe o caminho do bem, seja justo, solidário e cultive os bons sentimentos

Procurando fazer o bem a todos àqueles que se aproximarem de mim.

Entrego então, Senhor Jesus, minha vida, minhas qualidades, e meus defeitos,

Para que, diante da tua misericórdia, minha fé sempre se renove,

e fortaleça minha evolução, me tornando mais digno do teu infinito amor!

Que eu possa ser um instrumento da tua obra,

e um fruto da semente gerada pelo teu sacrifício

e do teu AMOR  pela humanidade .

Obrigado Meu Senhor!

Amém!


Ao meu DEUS com Amor e Verdade!

Daniel Farias Porto

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Me dá !

Minhas postagens rarearam, mas estou de volta. Mais uma poesia que fiz ha algum tempo:

ME DÁ

Me dá ânsia, o tempo.
Me dá medo, a morte.
Me dá calma: o mar!

Me dá sorte, a fé.
Me dá vergonha, a fraqueza.
Me dá luz, a poesia.
Me dá esperança, o amanhã.
Me dá tesão, a vida.

Me dá nervoso, o dia a dia.
Me dá nojo, a maldade.
Me dá pena, a inveja.
Me dá alegria, a amizade.
Me dá amor, a família.

Me dá convicção, os meus ideais.
Me dá o caminho, os meus passos.
Me dá serenidade, os meus erros.

Me dá certeza, DEUS.


Daniel Farias Porto

terça-feira, 25 de outubro de 2011

MENINA FEITA DE LUZ

Terça, 20:48, estou terminando alguns documentos de trabalho no pc e paro para postar no blog. Virou uma mania! Acho que escrever faz bem para nossas neuras, sei lá. Parece que depois da palavra escrita, ela toma personalidade própria, pois cada um entende da sua maneira, e por ai vai.
O texto que segue é fruto de uma vivência  bem dolorida que tive. Uma grande amiga minha que faleceu. Ela, na primeira vez que teve a "doença" viu a morte bater à porta, então procurou fazer uma lista das pessoas que ela sentia que realmente gostavam dela. Tive a alegria de ser um dos.
Fazia anos que não nos víamos, e ela procurou meu endereço até achar numa agenda antiga. Por fim, bateu na minha porta com dois filhos lindos e brincalhões, e passamos juntos uma tarde prazerosa de sábado. Depois, nosso diferente dia a dia tornou a afasta-nos.Muito tempo depois, senti uma saudade grande dela, e procurei falar com seu irmão, ele me  deu a terrível notícia de sua morte dois dias antes, e me disse também,que ela, na semana anterior tinha falado em se comunicar comigo.
Aqui vai uma singela homenagem a minha querida amiga:

MENINA FEITA DE LUZ


Um dia eu conheci
Uma menina feita de sol
Era branca como as nuvens
Forte como os ventos
Suave como o leito de um rio manso
Mas tão viva
Viva como seu olhar
Seu jeito de pegar no cabelo
De olhar de lado
De falar suave
Mesmo dizendo coisas fortes

A minha amiga,
Aquela menina feita de sol
Errou,acertou, correu contra o tempo
E por fim...viveu
Sofreu, sorriu, amou,odiou,
Pegou da vida tudo que podia
É claro que podia ser diferente
Mas sempre pode, sempre!

Hoje, a minha amiga,
Aquela,
aquela  mesma menina feita de sol
De ser tão feita de sol
Virou luz
Não importa mais o que errou, o que acertou,
O que amou, o que sofreu,
Importa somente o que significou
Para todos os que cultivou
O amor como saudade
Da amizade,do afeto,
Enfim,
De tudo que ela semeou
A minha querida amiga
Aquela doce menina feita de luz!



Daniel Porto

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

VONTADE DE SER MAU

Amigos, este texto foi feito anos atrás, numa fase de questionamentos, onde o meu principal censor era minha consciência, e isso me irritava, pois a grande maioria das pessoas tem atitudes egoístas diante da vida e no final da vida, vem o arrependimento.Enfim, espero que eu me faça entender e que gostem do escrito. Boa Noite!

Vontade de Ser Mau
                                  (Desabafos)


  Que falta eu tenho, em certos momentos, da minha insegurança, das minhas incertezas dos meus fracassos, não que os tenha perdido, mas, quando menino, eu gaguejava  perto de uma menina, eu tinha vergonha do meu corpo,  era romântico, e gostava de ser. Hoje sou às escondidas, como membro de uma sociedade secreta, que guarda seus segredos através de códigos para preservar o que vive.

  Que vida é essa que me pegou de surpresa, não esperava ser assim, meu otimismo e a certeza da maturidade se contrapõem aos meus anseios de homem sensível, de criança eterna, de pessoa comum. Questiono o que é certo ou errado, peço desculpas a Deus pelos meus pecados, mas... os mais subversivos, sei que vou repeti-los , mas peço perdão mesmo assim.

 Na verdade tenho inveja daquele que é puro egoísmo, que semeou na vida somente a história do seu prazer; que deixou as pessoas sofrerem, sem nenhuma culpa; que sempre buscou o que queria, mesmo que não fosse o certo, e no final... no final de tudo, se arrependeu. Ah meu Deus, por que não deixo para me arrepender no fim, e liquido tudo de uma só vez. Pois do jeito que sou, meus pecados são maiores, pois renascem a cada manhã, junto com minha consciência e meu desejo de felicidade.

   É triste, mas estou cansado de buscar a perfeição. Quero errar, me jogar, viver sem culpa e depois, sei lá, depois sim , quem sabe, me arrepender. Mas também não precisa ser fatal, inevitável. Posso ruminar meus pecados como um touro antes de entrar na arena, posso ser o que sou, sem medo de fazer ninguém sofrer; e se sofrer, é porque tinha que ser assim,e pronto.

 Merda de consciência, por que me preocupo com os outros? Com isso só quem sofre sou eu. Sou meu carrasco e juiz, mas não sei ser meu defensor e protetor, sou muito bonzinho para isso.

  Na verdade tenho medo que essa parcimônia transborde, e me reste o que foi de mais podre em mim. Que me sobre como espólio,  todos os pecados que combati dentro de mim, e que agora são sinônimos meus, são definições feitas para mim, sou eu!Tudo o que sempre fui contra em mim (diferentemente dos outros), no final, acabe representando exclusivamente a minha historia, a minha vida. Fatalidade cruel de quem no retrospecto final, apenas tentou ser bom, magoar menos, fazer o que era o correto e não o que era a sua vontade.

 Sou apenas o meio do caminho, a angustia materializada de não ferir, a frieza de não subverter, a lacuna da falta de maldade e tentativa pusilânime de fazer o bem.


Sou o alvo!


                                                                                       Daniel Porto