domingo, 25 de novembro de 2012

UMA HISTÓRIA DE AMOR



UMA HISTÓRIA DE AMOR

Andando pelos dias, em busca das horas eternas,
Veio teu corpo em minha mente, vieram os teus seios, as tuas pernas,
Lembrei dos teus olhos ávidos, em um frenesi de fervor,
Nossos corpos entrelaçados, suados, fazendo amor,
Busquei toda a magia, que se tem no calor de uma história,
E me veio teu sorriso lindo, titilando na memória.
Arrebatados como loucos, prisioneiros do nosso tempo,
Amaremos-nos por toda a vida,
Na eternidade deste momento!

domingo, 18 de novembro de 2012

CASA VELHA DO SERTÃO


CASA VELHA DO SERTÃO

Todos passam pelo grande corredor da casa velha do sertão,
Crianças correndo, visitas, panelas, assados,
Gente desconhecida; até as vitalinas e seus bordados
Se permitem transitar da cozinha até o portão.

A casa antiga caiada de branco e caibros de carnaúba,
Traz a marca das almas que ali viveram,
Muitas vidas que amaram, sorriram e padeceram,
Deixando a história na casa, a casa como moldura.

As paredes grossas sempre dividindo os ambientes,
Tendo o grande corredor como ligação,
Parece até pulsar nela um coração,
Talvez ainda vívido nas lâmpadas incandescentes.

Casa velha do sertão,
Marcada de vida e história,
Veio tua imagem em minha memória,
Veio tua existência em meu coração.

(Daniel Porto)
                                                            
                                             Texto inspirado por esta foto tirada pelo amigo Alexandre Drayton.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

VERO AMOR

Poesia de autoria do meu querido pai Conrado Porto:




VERO AMOR

Vou declarar
Que te amo, amo, tanto e tanto,
Que até me espanto
Com este modo de amar.
Tua voz pra mim é um acalanto,
Terno poema, cantiga de ninar.
Se estás longe de mim, pra lá do monte,
Eu ultrapasso a linha do horizonte,
Para contigo estar.
Posso até dizer assim:
Se me faltares,
Tristes serão os meus cantares,
Pois sei que está faltando algo em mim.
Nossos caminhos jamais serão duas retas,
Se me completas,
Será um só caminho.
Nossas casas jamais serão dois lares,
Se me amares...
Será somente um ninho.

(Conrado Felix Porto)

sábado, 10 de novembro de 2012

O ENCONTRO



O ENCONTRO
Logo na entrada, teu olhar sorriu pra mim
Tua alma era branda como um perfume suave,
Tu esperavas a felicidade, e eu, a tua procura,
Pois vivi tempos de angustia,
Solitário na multidão,
Mas teu olhar chegou falante
Como se discursasse eloquente
E de ti nunca mais sai
Nem você da minha mente

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ETERNIDADE


Não precisava de mais nada naquele momento
Bastava o teu sorriso, o por do sol e as ondas do mar
Bastava somente uma fração daquele mágico segundo
Para se fazer necessária toda uma existência valer a pena
Para que pudesse eternizar o que costumam chamar de felicidade
Uma sutil fumaça, que tentei segurar em minhas mãos.

Daniel Porto

O AQUÁRIO

A água do aquário está turva
O peixe cansado vai morrer, agora.
Girando, rodopiando, uma dança curva
A dança da morte ao romper da aurora.

Nadou o mundo inteiro na tigela pequena,
Todos os mares, oceanos, até chegar ao final,
Sem propósito algum venceu seu dilema,
Zombando da morte com sua dança fatal.

O peixe se vai, cumprindo o destino,
E dele no aquário, nada restará que veio,
Solitário da vida como um louco, um sem tino,
Não deixando marcas, vivendo a passeio.

Na água turva o peixe se foi como veio
Na vida breve se vai à esperança bendita,
Nadando mares, oceanos; sem vida, sem freio,
Morrendo sozinho nesta calma, aflita.

                 

                                                                                    Daniel Porto









quinta-feira, 18 de outubro de 2012

SILÊNCIO



De tudo da vida o que mais me impacienta é o silêncio.
Não o silêncio do “som”,
Mas sim o silêncio da alma.
Quando estamos estáticos na vida,
Estamos sem viver.
Chorando, sorrindo, sofrendo, amando,
É preciso do barulho da vida para se existir.
Efervescente, o ato de viver é o necessário,
Sim, devemos ter medo do que está parado,
Do que está em silêncio!
Imagino o velho sentado à beira da calçada,
Vendo as pessoas passarem,
Vendo ...
Apenas vendo!

sábado, 13 de outubro de 2012

INTROSPECÇÃO


Solitário e sutil vou passando pela vida,
Do mundo faço meu verso, sem entrada ou saída,
Dos encantos de outros tantos, levo exemplos e inspiração,
Situações de uma vida louca, nos versos da minha canção.
Cai na tarde linda, o sol na rua, refletindo a beleza do que é viver,
Mas de mim só sabe a lua e as noites do meu ser.

Vou amando de momentos, e cicatrizando feridas,
São saudades e lembranças, de chegadas e partidas,
Dores da vida, que corroem o coração,
Que se dói inevitável, sem motivo ou reflexão,
São dissabores eternos, angustias do viver,
Mas de mim só sabe a lua e as noites do meu ser.

O sorriso daquela mulher dá outro sentido à vida,
Das buscas e expectativas de uma alma já perdida,
Um mundo que extasia diante da emoção,
Ressoa seu sorriso, como uma musica sem refrão,
Vou seguindo em minhas certezas, mesmo vivendo sem saber,
Pois de mim só sabe a lua, e as noites do meu ser.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

AUTO ANÁLISE


Às vezes é preciso ficar só,
Às vezes é preciso o silêncio !
A única razão deste momento,
É você, com você, e nada mais.
É olhar para espelho e só ele dizer...
Quem é esse que me olha?
Se é o que se mostra para o mundo,
Ou se é tudo ficção.
Difícil amigo,
A gente se enxergar como se é,
Pois nem sempre se é o que se quer,
Nem sempre somos mocinho ou vilão.
De todas as verdades do mundo,
Uma delas pode ser,
 Que viver,
 É fruto da nossa imaginação!


Daniel Porto

domingo, 16 de setembro de 2012

DOMINGO FATAL


O domingo vazio de histórias, pessoas e poesia.
Os espaços frios do tempo a passar,
A agonia do dia morto,
Os sons distantes,
As músicas...
Tudo parece fazer sentido.
O mundo se mostrando pelos ouvidos,
De um dia fúnebre e fatal,
Expectativas de um mundo suicida,
Onde o silêncio cresce e supera a vida,
Onde a morte espreita pelo beiral.
Outro dia virá, da noite que nasce preguiçosa,
Trazendo esperança para essa vida sinuosa,
Trazendo a lembrança de um dia comum, e mortal.

domingo, 2 de setembro de 2012

CHEGANDO



Quando o sol chegar e se vestir de dia,
Teu olhar virá como uma alegria a atiçar meu coração.
Os dias calmos de tardes vazias e café com pão,
Transformarão todo o marasmo em entusiasmo, diante do teu sorriso.
Tudo que vivamos, será impreciso,
Tudo que for conquistado, ao efêmero pertencerá.
Mesmo assim valerá apena cada instante,
A vida será como um sentimento flutuante,
Existente, mas sem definição.
Que adianta viver longe da emoção?
Passar e não ser percebido...
Será um prazer estar contigo,
Será muito bom não ter vivido em vão!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

POEMINHA DO AMOR PRÓPRIO



Às vezes eu queria só te desejar bom dia,
E dizer coisas bonitas, para um sorriso teu ganhar,
Mas sou muito romântico, estrago tudo.
Nesses jogos sem escudos,
Com os meus não sei lutar.
Você é linda e sabe enlouquecer,
Atiça minhas palavras, mas não sabe me cativar.
Tenho movimentos recíprocos meu amor,
Não gosto de quem não sabe gostar,
Não espero por quem não está a me esperar,
Pois meu desejo morre,
Meu interesse escorre,
Por dentre as flores que te dou.
E depois fica só o vazio
Da semente mal plantada
Que um dia foi regada,
E que nunca germinou.

Daniel Porto



domingo, 12 de agosto de 2012

Cidade Dormindo


Eu encontro a cidade dormindo,
Suas ruas, suas casas, toda gente.
Parece que o mundo letargia dormente,
Como te vejo linda, sonhando,sorrindo.
Um estalo ao longe...
Uma nuvem que surge,
E os raios de sol nascem
Por detrás dos prédios.
Os bêbados cambaleando,
Os vigilantes acordando,
Todos os caminhos cansados
Da cidade renovada,
O mundo de novo na estrada,
Nós de novo caminhando!
 

terça-feira, 31 de julho de 2012

ALEGRE MENINA

É meus amigos, estou sem inspiração...muito trabalho e preocupações cotidianas, mas a verdade é que faz mais de um mês que não escrevo nada. Então, para não ficar sem nenhuma atualização, resolvi postar um video que gravei na penumbra com meu amigo Vicente tocando violão e eu me esforçando como cantor amador, espero que gostem!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O SOL NO BOLSO



Hoje fui fazer caminhada e trouxe o por do sol no meu bolso.
No final do calçadão notei que o sol partia,
Mas que de repente, puxei aquele por de sol sem que ninguém esperasse,
E guardei-o no meu bolso.
Vieram também as ondas do mar, a maresia dos ventos matreiros, o beijo dos  amantes que namoravam nas pedras.
Mas não me importei, trouxe tudo!
Amanhã, terá outro por de sol e será de quem o vir, mas este, este é meu.
Como é bom guardar um por de sol no bolso,
Como é bom ser tolo, com esse por de sol iluminando o meu coração.
Na próxima semana já sei, roubarei a lua cheia !
Mas para quem?
Isso é um problema!
Hoje são poucas as pessoas que sabem o que é roubar uma lua cheia.
Em que mundo vivemos meu DEUS?  Como somos pobres!
Terei duas dádivas tuas para ofertar...
Mas o vazio se instalou no coração das pessoas.
Para eles, o tempo apenas, pôs-se a passar! 

domingo, 24 de junho de 2012

VIAJAR





Meu horizonte é do tamanho do meu bairro de infância,
Meus sonhos percorrem montanhas; transpõe oceanos;
Atravessam florestas, cidades, costumes, culturas, pessoas.
Não serei nada que já não o seja, por mais que transponha meu bairro infantil.
Não terei nada que já não o tenha, mesmo com todo o mundo a descobrir.
Na verdade olhamos o horizonte para podermos nos conhecer melhor.
Viajamos tanto, para encontrarmos nossa casa, nosso canto, nosso mundo...em  nós !


domingo, 17 de junho de 2012

CASA VAZIA


OBS: Fica melhor ler ouvindo a musica do link http://www.youtube.com/watch?v=KTbHCGG8bIQ&feature=player_embedded#!


O silêncio da casa vazia me dá a certeza do que me espera.
A vida é sempre uma casa pronta para ficar vazia, mas cedo ou mais tarde.
Ou fazemos parte do que se foi, ou do vazio, não tem jeito.
E o silêncio instalado, nos faz perceber o estalado dos móveis,
O movimento da rua; a angustia da solidão,
Isso nada mais é do que uma casa vazia.
Vazia será nossa vida sem emoção,
Sem recordações, sem o que estar por vir.
Sim, pois tem sempre que existir a lembrança, a promessa,
Senão...é sempre uma casa vazia.
Sem razão, sem reflexão, apenas o vazio puro.
A espera da morte.
Viver, e se aperceber, percebendo o tempo passar dentro de uma casa vazia,
É sentir o esquecimento de todos, como o frio forte quando chega aos ossos,
É como querer partir antes de não se darem conta da sua ausência.
Nosso coração é uma casa de portas abertas para o primeiro sorriso,
Mesmo que esse sorriso se dê no vazio,
Nunca uma casa vazia !

terça-feira, 22 de maio de 2012

Óculos de DEUS


Cheguei ao bar e escolhi a mesa de sempre, olhando para “o mar batendo nas pedras”. Cumprimentei o garçom que é um amigo de anos, pedi uma tônica, uma dose de rum e um petisco, e passei uns minutos colocando a fofoca em dia com ele. Depois, abri um livro que comprara no dia anterior junto doutros, e comecei a folheá-lo despretensiosamente enquanto esperava um amigo que marcara comigo para minutos depois, mas ele ligou pedindo desculpas, pois não poderia vir devido ao trabalho. Claro que não me chateei, e me detive ao início da leitura finalmente.
O final daquela tarde estava lindo, o sol se despedindo vigoroso; uma escuna pincelava o mar, marcando um passeio já tradicional àquela hora; os copistas passavam apressados, uns engraçados no modo de andar, outros enganando a si mesmos no passo lento que não queima nem a sola do tênis, imagine calorias; um homem com uma caixa de vender bombons, cigarros e demais “coisitas” pára e se senta no banco do calçadão, a organizar, com uma calma franciscana, aquele seu balcão ambulante, como se fosse a vitrine de uma grande loja, sempre a falar sozinho; um cachorro magro passa sossegado, como quem desfila numa passarela; um cliente do bar, já embriagado com quase uma garrafa de uísque, esbraveja ao celular com uma mulher, fazendo ameaças sobre o final do relacionamento dos dois, ora se levantando da cadeira, ora baixando o tom de voz, como se buscasse o amor daquela mulher, que pelo visto, queria abandoná-lo. E eu ali, lendo e observando o mundo daquele universo da Praia de Iracema, naquele final de tarde de sexta-feira.
O livro me surpreendeu. Pequenas crônicas suaves e saborosas. Combinavam com aquele clima bucólico de final de tarde, mas por um momento, me dei conta que estava fazendo parte daquele quadro de histórias paralelas ali, na P.I.(Praia de Iracema). Visto de longe, outro observador poderia concluir minha narrativa dizendo: e aquele homem sentado com um livro na mão, observava o mundo ao seu redor...
A vida é muito interessante quando paramos para observá-la, somos capazes de vislumbrar a realidade de cada ser vivo que passa por nós, as suas metas, os seus medos, os seus recalques e neuras; quando está feliz, ansioso, apreensivo. Até os pássaros se revelam diante da nossa concentração e observação.  Parece que quando olhamos o mundo com tempo para olhar, ele verdadeiramente se mostra, sem nuances, sem aparências. Mas o celular toca e é meu sócio falando sobre um processo a ser sanado no escritório. Dou algumas orientações, comento outras coisas de outros assuntos de trabalho, e desligo – pronto, já estou fora daquela sintonia de observação de poucos minutos dantes – parece que o mundo se escondeu novamente de mim, apenas me incluindo como uma peça sua, a fazer parte de todo o sistema mundano.
Estamos todos interligados, toda a humanidade perfaz um tênue e irrompível fio, que comunga com a natureza e tudo mais que existe na face da terra. Por poucos segundos de uma breve observação, estive com meus olhos abertos para esse mundo que vivemos e não percebemos. Poderia até sentir a angustia da humanidade, o sofrimento da natureza, a hecatombe de transformações que estamos vivendo, poderia ver tudo, todos, como se DEUS de forma fulgaz, efêmera, me emprestasse seus óculos. Mas agora aqui estou eu novamente, mergulhado na vida, neste mundo, mergulhado em mim.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

VIDA DE ARTISTA


Vida de Artista

A vida lançada sem medidas,
Em busca do sonho vital,
Necessário, apaixonante, visceral,
Sem certezas de chegadas e partidas.

Vida nômade conduzida pela alma.
Rostos novos, velhos temas, a mesma emoção,
Que vicia o tão marcado coração,
De amores, de lacunas, ânsia e calma.

São caminhos tão difíceis e penosos
Nessa busca, importante, emocionada.
Tem a felicidade por vezes encontrada,
Em efêmeros momentos prazerosos.

Assim o artista faz sua lida,
Na certeza das incertezas constantes,
Nas divinas, sublimes e pulsantes,
Emoções, de tudo que é a arte em sua vida.

domingo, 20 de maio de 2012

O VELHO



O VELHO

O jeito frágil e a pele fina do homem a me olhar...
Talvez queira uns trocados e não os dou,
Talvez seja um conhecido e eu não o reconheça.
Ou é apenas um homem a me olhar, afinal.
Mas por que me olha?
O que percebe que foge de mim?
Só agora vejo!
Sou eu a olhar-me de fora,
Sou eu a zelar por mim,
Vendo tudo que sou agora,
Mostrando tudo o que será de mim!

sábado, 12 de maio de 2012

ANABOLIZANTES EVOLUCIONAIS



ANABOLIZANTES EVOLUCIONAIS
Paro por um segundo, e vejo a rotina: Carros passando, pessoas apressadas, olhares distantes. De repente uma pessoa bate no vidro do carro pedindo esmola, abro o vidro e dou uns trocados, ele olha e coloca no bolso sem agradecer, seguindo adiante. Uma moto passa apressada manobrando com risco e confiança, enquanto passam um rodo sujo, no vidro do carro da mulher à frente, mesmo ela dizendo irritada “não quero”.
Estamos todos inseridos na loucura coletiva, não temos tempo para contemplação, meditação, para raciocinar. Vivemos sem propósito, sem sentido, sem por quê.
O mundo está engolindo a humanidade, ou será o contrário? Desde o mais profundo pensador, até o analfabeto que sonha com um celular “smartphone”. Somos um reflexo da locomotiva desenfreada, da rápida e frágil evolução do século passado, que pegou o homem e acelerou sua transformação, como um fisiculturista que morre com o fígado em frangalhos, depois de tomar muitos anabolizantes. E é isso que está acontecendo. O bicho homem está recebendo muitos “anabolizantes evolucionais”, que estão alterando de forma descontrolada seus costumes, seus anseios, suas prioridades. Com isso, qualquer cientista político pode fazer projeções cataclísmicas desse processo singular, que fatalmente levará a espécie humana ao extermínio ou ao recomeço.
Pena que nossa “evolução” é diametralmente oposta a nossa capacidade de saber para onde evoluir. Viver é o que afinal? Qual nosso propósito nisso tudo?O que é EVOLUÇÃO afinal?
Vivemos hoje somente para consumir, é o propósito do capitalismo, que cria sonhos que não são nossos para sonharmos, mas nem isso sabemos ao certo, pensamos que os sonhos são “nossos”. Nada contra o capitalismo, pois é o sistema econômico natural da heterogênea condição humana, mas não estamos preparados para tanto, estamos morrendo com nosso próprio remédio, e isso se reflete nas relações humanas, nas relações financeiras, nas relações com o meio ambiente, e por ai vai.
Morreremos todos, com a melhor roupa de grife, com o melhor serviço funerário. Cremados no melhor crematório da America Latina, com nossas cinzas conduzidas por um helicóptero de três milhões de dólares, que espalhará tudo que nos restou no lindo mar poluído, de nossa praia predileta, e nem assim saberemos que a felicidade esteve no sorriso do filho, no abraço do amigo, na noite do amor amante, na conversa, na risada tola, de todas as  coisas tolas que  resumem tudo o que realmente importa nas nossas vidas.
Uma pena!


Daniel Farias Porto   

domingo, 6 de maio de 2012

AO MEU PAI


Ao meu Pai


Te amo apenas por amor.
Admiro-te, mais do que se pode  ver,
Pois aprendi contigo, que ser é mais importante do que ter,
E é sendo, que estou bem melhor como sou.
Mas não quero ser igual a você,
Pois não tem ninguém igual ao meu pai,
Seus defeitos... são normais,
Mas seu amor...
Só mesmo o amor maior, que é o amor do meu pai!


Daniel Porto 

terça-feira, 24 de abril de 2012

DIA DE CRIANÇA


MEU DIA DE CRIANÇA

Olhei a vida pelos olhos de uma criança
Como fui, como sou.
As cores mais vivas; os desenhos nas nuvens,
As mãos sujas de tinta e areia, limpando no calção,
Correndo suado, segurando um pequeno pedaço de linha,
Que conduz uma pipa, dançando feita louca ao vento,
Na angustia de voar.
As formigas seguem em fila marchando aflitas,
Uma se perde,
Daqui a pouco são sete,
Mas tudo se recompõe.
Os muros enormes, as longas distâncias,
As florestas do meu jardim,
Os montros.
E vou eu brincando como um aprendiz,
Limpando com as costas das mãos
A ponta do nariz
Sem me importar com nada que venha a acontecer,
Tenho o mundo inteiro a conhecer,
Tenho a vida inteira para ser feliz.


Daniel Porto

quarta-feira, 11 de abril de 2012

AMOR DOS AMANTES



AMOR DOS AMANTES
Quero te cheirar
Beijar bastante... até as cócegas
Brincar com tua barriga.
Teu umbigo.
Sim, vou mexer no teu umbigo,
Tu não conseguirás escapar.
Tu não quererás.
Vou acariciar teus cabelos,
Teu dorso, posto lateral como uma montanha.
Meus dedos percorrerão andando, as colinas do teu corpo,
Lindo, nu, a esperar por mim.
E nos amaremos como loucos,
Gestos bruscos, teus cabelos firmes, entrelaçados em minhas mãos,
Teus gritos de amor e prazer,
Teu corpo suado caído junto ao meu.
Te Amarei da tempestade à calmaria,
Teus olhos lânguidos de cansaço,
Teu rosto repousando ao encosto do meu braço,
Minha alma vicejando no coração a palpitar.
Seremos dois loucos a amar,
Seremos duas almas de prazer.

 Daniel Porto

terça-feira, 10 de abril de 2012

AMOR DE SOL E LUA


Amor de sol e lua
É o meu chegando pra te beijar.
Sinto teu cheiro, mas teu gosto não.
Pressinto tua luz, mas teu clarão nunca toca minha pele.
Sou teu, e tu és minha,
Mesmo sem te tocar,
Mesmo sem te ver,
Vivo dentro de ti.
Fugaz como o toque na ponta dos dedos,
Como o olhar perdido no horizonte.
Eu chegando
E você partindo
 Existindo
Sempre
Eternamente
Dentro de mim!

domingo, 8 de abril de 2012

Anjos



Os anjos vieram me buscar na rua estreita do bairro morto. Sombras me fitavam e eu sabia que eram eles na espreita, esperando a hora final.
Os anjos vieram me buscar  e era  noite, e chovia, os trovões os lançavam de dois em dois aqui na terra, e caiam molhados, com as asas cinzas de poeira e água.
Os anjos percorreram todos os buracos, todos os recantos, e na rua estreita fatalizaram meu final. Subi a calçada- eles atrás- desci novamente- eles apressaram o passo. Começaram a voar, e com suas mãos poderosas me arrebataram para o alto, que de tão alto não se via o chão.
Olhei tudo de longe. Me percebi preso nas mãos dos anjos, e libertei meu espirito, que voou mais e mais nas asas da minha imaginação, sem dominação, sem limites, sem mim, só ele e o que eu sei de mim.
Os anjos levaram somente meus restos, migalhas, meus trapos. Eu sim, levei tudo que ficou de mim. Minha Poesia!

domingo, 25 de março de 2012

SER MÃE


Diante da fragilidade daquele ser de poucos sóis
A dileta mãe afaga a frágil cabeça da criança
Seu corpo suave balança
Como se afagasse a alma de todos nós

Numa atitude de carinho, amor, maternidade,
Ela o aconchega em um ninho solitário
Dois seres de modo unitário
Em amor, tempo e eternidade

O amor de mãe é algo sublime
Sua proteção é emanada por DEUS
Que parece dizer: “Cuidarás dos filhos teus”
E com isso, quase todos os seus pecados redime.

Esta poesia é para você
Minha mãe, que é só amor e devoção,
Minha linda, minha vida, minha paixão,
Sou teu fruto e tu és o meu alvorecer!




Daniel Farias Porto

quinta-feira, 22 de março de 2012

Zoin de Lua



Menina bonitinha dos zoin de lua
Tua pele tão clarinha
Tuas costas seminuas
Me chamando para amar
Me pedindo pra beijar
Como beijo de criança
Mas teu corpo mágico dança
A dança do amor maduro
Menininha bonitinha
Bonitinha até no escuro
Teu sussurro teu suspiro
Teu hálito, teu grito
Tudo de ti exala beleza
Pecado, tristeza,
Alegria...futuro!

sábado, 3 de março de 2012

GALOPE


Loucura transbordante,
Vento cortante em minha pele,
Rangendo  dentes,
Mão firme a cavalgar,
Galope, galope,
Sou eu chegando em você.
Altivo e forte,
Rei e Profano.
Dos teus amores e sentimentos,
Perdido em ti.
Mas seguindo como um louco,
Neste caminho torto,
Só para te ver sorrir.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

NOS OLHOS DA CRIANÇA


Hoje eu vi você nos olhos daquela linda criança,
Parece que foi ontem.
Tempo que passa,
Vida que segue,
Vida.
Seu olhar está lá,
Tímido, mas forte,
Seu quase sorriso também.
Pedaços de você na vida de outra pessoa,
Lembranças que ficaram em mim,
Coisas do destino.
Vida que não sabemos explicar.
O doce mistério do caminho sempre a se manifestar,
Pelos olhos de uma criança,
Pelo sorriso,
Por um simples olhar.