quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ETERNIDADE


Não precisava de mais nada naquele momento
Bastava o teu sorriso, o por do sol e as ondas do mar
Bastava somente uma fração daquele mágico segundo
Para se fazer necessária toda uma existência valer a pena
Para que pudesse eternizar o que costumam chamar de felicidade
Uma sutil fumaça, que tentei segurar em minhas mãos.

Daniel Porto

O AQUÁRIO

A água do aquário está turva
O peixe cansado vai morrer, agora.
Girando, rodopiando, uma dança curva
A dança da morte ao romper da aurora.

Nadou o mundo inteiro na tigela pequena,
Todos os mares, oceanos, até chegar ao final,
Sem propósito algum venceu seu dilema,
Zombando da morte com sua dança fatal.

O peixe se vai, cumprindo o destino,
E dele no aquário, nada restará que veio,
Solitário da vida como um louco, um sem tino,
Não deixando marcas, vivendo a passeio.

Na água turva o peixe se foi como veio
Na vida breve se vai à esperança bendita,
Nadando mares, oceanos; sem vida, sem freio,
Morrendo sozinho nesta calma, aflita.

                 

                                                                                    Daniel Porto