Ontem, minha mãe me apresentou alguns de seus escritos que ficaram perdidos no meio de seus papéis, e tal foi minha surpresa ao me deparar com sentimentos não da minha vozinha, mas de uma mulher maravilhosa, que trazia dentro da sua fisionomia frágil, e semblante de "Avó", uma vida de amor, desilusão, alegria, tristeza e "saudade" coisas que todos nós vivenciamos.
De onde vem tanta ventura
Depois de morta a amizade,
Vem de um misto de ternura
De paixão e de saudade.
Eu vivo aos poucos morrendo
Desta saudade sem fim,
Saudade de quem vivendo,
Não vive mais para mim.
Não sabem que encaro a vida
Com sorriso contrafeito,
Porque a saudade é ferida
Sempre aberta no meu peito.
Nós somos do altar sem cruz
De nossa infelicidade,
Dos candelabros sem luz
Da escuridão da saudade.
MARIA MENDES