Sou como uma peneira
de tranças espaçadas,
Muito se perde do que
busco e cultivo.
Esqueço livros,
nomes, e muito mais...
Mas sempre fica algo
guardado que não sei explicar,
Sempre fica uma coisa
melhor do que esqueço,
Minha memória é um
traste ignorante que perde tesouros.
Mas, como só essa
peneira me resta,
Continuo pescando e
deixando escapar.
As lembranças, embora
pequenas,
Germinam serenas
Nas minhas manhãs,
Em todo o meu despertar!
(Daniel Porto)