sábado, 3 de dezembro de 2011

MEU QUERIDO AMIGO

Este texto fiz algum tempo atrás para meu querido amigo e incentivador José Carlos Sabóia, carinhosamente chamado por mim por "The Boia". Ele mostra um pouco da nossa prazerosa amizade e do muito que ela representa na minha vida. Tenho a sorte de ter amigos leais e  tenho a real  necessidade deles, pois são imprescindíveis e fazem parte das poucas coisas que realmente importam na vida, assim como a família, os amores, a arte, e a mais importante de todas DEUS. Para os demais e não menos importantes, saibam que postarei ao longo do tempo minhas palavras, humildemente ofertadas a cada um, porém hoje, oferto de todo coração para você meu amigo "The Boia". 
DECLARAÇÃO DE AMIZADE


Meu querido amigo
Meu amado irmão
Que linda missão nos coube
De sermos alavanca um do outro
De nos bastarmos em confiança e respeito
De querermos bem até doer o peito
De sermos verdade
Talvez uma das maiores em nossas vidas
De vivermos ajudando a curar as feridas
Que a vida inexoravelmente nos trouxe.

Meu amigo
Este é apenas um desabafo
De lágrima e sorriso, ao lembrar-me de você,
Pois seremos amigos até morrer,
E assim, nossas almas, com certeza se encontraram noutro espaço!

Daniel Porto

terça-feira, 29 de novembro de 2011

COTIDIANO DE UM SONHO

Para melhor entender o texto abaixo: Viajei com minha família  ha uns dois anos para uma cidadezinha praiana, do pequeno litoral do Piauí, chamada Cajueiro da Praia, com não mais de 6 mil habitantes. A   maioria da população ,lida com pesca e pequenas criações. Lugar impar, um paraíso. Dentre os dias que passei por lá, por um momento parei e observei o modo de vida daquele povo.Eles não tem a nossa pressa, a nossa aceleração, pois tudo se resolve, e não convêm ficar se angustiando por qualquer coisa. 
Essa calma nós perdemos, pois vivemos numa roda viva que nos faz viver sem saber porque. 
Me imaginei então, saindo da loucura, que é viciante, para saborear a calma caiçara dos que realmente sabem viver.

Cotidiano de um Sonho

Eu te vi sentada no alpendre da casa velha, de caibros e linhas de carnaúba, com paredes grossas caiadas de verde. A imagem de Jesus nos olhava serenamente com seu coração exposto. A poeira fina do solo morto, impregnava minha roupa de linho. Meus dedos suavam na sandália de couro que tu compraras na feira de sábado.
Estava feliz meu amor, nossa vida era simples e bonita.
Aos domingos, íamos à missa das seis e às oito horas ouvíamos a chamada da missa das crianças, balançando-nos nas cadeiras de balanço, na calçada sombria e alta de nossa casa, vendo as crianças passando, apressadas e brincalhonas, sem se dar conta do que viviam.
Conversávamos um pouco com os conhecidos, lastimando a falta do inverno seguro e indagávamos sobre a guerra do outro lado do mundo.
O almoço era rústico e frugal, mas tinha um gosto de eternidade. Depois nos deitávamos na rede e, no balanço do vento, dormíamos até o rosto marcar do lençol.
À tarde, eu pegava a minha bicicleta e ia conversar com o compadre do armazém, e zombar dos bêbados conhecidos na pelada do campo de futebol, feito no leito seco do rio frade. Você fazia a sopa e “barria” o chão, cuidando da casa sem se dar conta.
 Noitinha, olhávamos as estrelas luzentes como um sol, e contávamos para os amigos nossa vida na metrópole, a loucura da falta de tempo, a corrida pelo dinheiro, a morte.
Hoje a morte está no cemitério no final da rua larga, perto da igreja. Sabemos onde fica e não tememos o trajeto, pois hoje o tempo passa leve, como a brisa que sopra em teus cabelos brancos e bonitos.
Vencemos o tempo, deixamos de correr atrás dele, hoje ele nos espera, no nosso passo lento da idade chegada, na voz frágil e trêmula, na pele fina e marcada; em nossos olhos azuis; azuis de tempo. Tempo.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

POESIA MORTA

Adoro poema. A forma emoldura a beleza das palavras e seus sentidos, mas a obrigatoriedade dessa forma, as vezes mata o que se tem a dizer, e a ousadia sempre é necessária para o crescimento do que quer que seja, até  o nosso.
Poesia Morta


Um dia eu li uma poesia.
Boa métrica,boa forma,
Boa linguagem,lindas palavras.
Seus versos lembravam não sei o quê,
Mas eram bem elaborados,
Encantados, perfeitos,
Vi-me tentado a desvendar seu conteúdo,
Buscar o que a poesia verdadeiramente se propôs,
O sentimento!
Ora, se Deus escreve certo por linhas tortas,
Como podemos enquadrar de forma perfeita
O que vem do coração?
Maravilha se rima, então,
Mas se não rima... Que seja mais do que forma,
Sextilha, prosa ou quadrão,
Decassílabos encadeados,
Qualquer tipo elaborado,
Concatenado, conjunção.
Não sou contra a forma,
Ao contrário
Pois quando se encaixa o sentimento na palavra,
Vira obra linda,
É a beleza da flor, com seu aroma agradável.
Mas se for para escolher:
Viva a palavra que busca transformar,
Enriquecer, melhorar,
Pois a que serve apenas para rimar,
Já nasceu morta,
Viveu em vão.



Daniel Porto