MEU DIA DE CRIANÇA
Olhei a vida pelos olhos de uma criança
Como fui, como sou.
As cores mais vivas; os desenhos nas nuvens,
As mãos sujas de tinta e areia, limpando no
calção,
Correndo suado, segurando um pequeno pedaço de
linha,
Que conduz uma pipa, dançando feita louca ao
vento,
Na angustia de voar.
As formigas seguem em fila marchando aflitas,
Uma se perde,
Daqui a pouco são sete,
Mas tudo se recompõe.
Os muros enormes, as longas distâncias,
As florestas do meu jardim,
Os montros.
E vou eu brincando como um aprendiz,
Limpando com as costas das mãos
A ponta do nariz
Sem me importar com nada que venha a
acontecer,
Tenho o mundo inteiro a conhecer,
Tenho a vida inteira para ser feliz.
Daniel Porto