sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Me dá !

Minhas postagens rarearam, mas estou de volta. Mais uma poesia que fiz ha algum tempo:

ME DÁ

Me dá ânsia, o tempo.
Me dá medo, a morte.
Me dá calma: o mar!

Me dá sorte, a fé.
Me dá vergonha, a fraqueza.
Me dá luz, a poesia.
Me dá esperança, o amanhã.
Me dá tesão, a vida.

Me dá nervoso, o dia a dia.
Me dá nojo, a maldade.
Me dá pena, a inveja.
Me dá alegria, a amizade.
Me dá amor, a família.

Me dá convicção, os meus ideais.
Me dá o caminho, os meus passos.
Me dá serenidade, os meus erros.

Me dá certeza, DEUS.


Daniel Farias Porto

terça-feira, 25 de outubro de 2011

MENINA FEITA DE LUZ

Terça, 20:48, estou terminando alguns documentos de trabalho no pc e paro para postar no blog. Virou uma mania! Acho que escrever faz bem para nossas neuras, sei lá. Parece que depois da palavra escrita, ela toma personalidade própria, pois cada um entende da sua maneira, e por ai vai.
O texto que segue é fruto de uma vivência  bem dolorida que tive. Uma grande amiga minha que faleceu. Ela, na primeira vez que teve a "doença" viu a morte bater à porta, então procurou fazer uma lista das pessoas que ela sentia que realmente gostavam dela. Tive a alegria de ser um dos.
Fazia anos que não nos víamos, e ela procurou meu endereço até achar numa agenda antiga. Por fim, bateu na minha porta com dois filhos lindos e brincalhões, e passamos juntos uma tarde prazerosa de sábado. Depois, nosso diferente dia a dia tornou a afasta-nos.Muito tempo depois, senti uma saudade grande dela, e procurei falar com seu irmão, ele me  deu a terrível notícia de sua morte dois dias antes, e me disse também,que ela, na semana anterior tinha falado em se comunicar comigo.
Aqui vai uma singela homenagem a minha querida amiga:

MENINA FEITA DE LUZ


Um dia eu conheci
Uma menina feita de sol
Era branca como as nuvens
Forte como os ventos
Suave como o leito de um rio manso
Mas tão viva
Viva como seu olhar
Seu jeito de pegar no cabelo
De olhar de lado
De falar suave
Mesmo dizendo coisas fortes

A minha amiga,
Aquela menina feita de sol
Errou,acertou, correu contra o tempo
E por fim...viveu
Sofreu, sorriu, amou,odiou,
Pegou da vida tudo que podia
É claro que podia ser diferente
Mas sempre pode, sempre!

Hoje, a minha amiga,
Aquela,
aquela  mesma menina feita de sol
De ser tão feita de sol
Virou luz
Não importa mais o que errou, o que acertou,
O que amou, o que sofreu,
Importa somente o que significou
Para todos os que cultivou
O amor como saudade
Da amizade,do afeto,
Enfim,
De tudo que ela semeou
A minha querida amiga
Aquela doce menina feita de luz!



Daniel Porto

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

VONTADE DE SER MAU

Amigos, este texto foi feito anos atrás, numa fase de questionamentos, onde o meu principal censor era minha consciência, e isso me irritava, pois a grande maioria das pessoas tem atitudes egoístas diante da vida e no final da vida, vem o arrependimento.Enfim, espero que eu me faça entender e que gostem do escrito. Boa Noite!

Vontade de Ser Mau
                                  (Desabafos)


  Que falta eu tenho, em certos momentos, da minha insegurança, das minhas incertezas dos meus fracassos, não que os tenha perdido, mas, quando menino, eu gaguejava  perto de uma menina, eu tinha vergonha do meu corpo,  era romântico, e gostava de ser. Hoje sou às escondidas, como membro de uma sociedade secreta, que guarda seus segredos através de códigos para preservar o que vive.

  Que vida é essa que me pegou de surpresa, não esperava ser assim, meu otimismo e a certeza da maturidade se contrapõem aos meus anseios de homem sensível, de criança eterna, de pessoa comum. Questiono o que é certo ou errado, peço desculpas a Deus pelos meus pecados, mas... os mais subversivos, sei que vou repeti-los , mas peço perdão mesmo assim.

 Na verdade tenho inveja daquele que é puro egoísmo, que semeou na vida somente a história do seu prazer; que deixou as pessoas sofrerem, sem nenhuma culpa; que sempre buscou o que queria, mesmo que não fosse o certo, e no final... no final de tudo, se arrependeu. Ah meu Deus, por que não deixo para me arrepender no fim, e liquido tudo de uma só vez. Pois do jeito que sou, meus pecados são maiores, pois renascem a cada manhã, junto com minha consciência e meu desejo de felicidade.

   É triste, mas estou cansado de buscar a perfeição. Quero errar, me jogar, viver sem culpa e depois, sei lá, depois sim , quem sabe, me arrepender. Mas também não precisa ser fatal, inevitável. Posso ruminar meus pecados como um touro antes de entrar na arena, posso ser o que sou, sem medo de fazer ninguém sofrer; e se sofrer, é porque tinha que ser assim,e pronto.

 Merda de consciência, por que me preocupo com os outros? Com isso só quem sofre sou eu. Sou meu carrasco e juiz, mas não sei ser meu defensor e protetor, sou muito bonzinho para isso.

  Na verdade tenho medo que essa parcimônia transborde, e me reste o que foi de mais podre em mim. Que me sobre como espólio,  todos os pecados que combati dentro de mim, e que agora são sinônimos meus, são definições feitas para mim, sou eu!Tudo o que sempre fui contra em mim (diferentemente dos outros), no final, acabe representando exclusivamente a minha historia, a minha vida. Fatalidade cruel de quem no retrospecto final, apenas tentou ser bom, magoar menos, fazer o que era o correto e não o que era a sua vontade.

 Sou apenas o meio do caminho, a angustia materializada de não ferir, a frieza de não subverter, a lacuna da falta de maldade e tentativa pusilânime de fazer o bem.


Sou o alvo!


                                                                                       Daniel Porto    

domingo, 23 de outubro de 2011

PULSANDO



PULSANDO


Eu sonho com amores loucos, impossíveis,
De choro, paixão, soluço,
Mas quando os tenho não os quero.
Quero calma, certeza, constância,
Mas quando os tenho, desespero.
Quero tudo misturado em minha alma,
Mas não posso!
Perdão por pensar assim, perdão por você,
Perdão por mim,
Mas o que fazer se tudo na vida é efêmero?
Equilíbrio,  temos por momentos,
E momentos não são eternos,
E se os são, é por que os fazemos,
Como doce é o gosto da infância,
Como suave é o perfume do primeiro amor,
Efêmeros são todos os que não lembramos
Pois quero amor, paixão, tudo.


Daniel Porto