A água do aquário
está turva
O peixe cansado vai
morrer, agora.
Girando, rodopiando,
uma dança curva
A dança da morte ao
romper da aurora.
Nadou o mundo inteiro
na tigela pequena,
Todos os mares,
oceanos, até chegar ao final,
Sem propósito algum
venceu seu dilema,
Zombando da morte com
sua dança fatal.
O peixe se vai,
cumprindo o destino,
E dele no aquário,
nada restará que veio,
Solitário da vida
como um louco, um sem tino,
Não deixando marcas,
vivendo a passeio.
Na água turva o peixe
se foi como veio
Na vida breve se vai
à esperança bendita,
Nadando mares,
oceanos; sem vida, sem freio,
Morrendo sozinho
nesta calma, aflita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário