O dilúvio que cai
sobre meus pensamentos, nesta noite vazia,
De vazio Eu,
Sombreia o horizonte
em fúnebres constatações.
Vazios e solitários,
De vazio Eu,
Percebe-se a imensidão de tão preenchido vazio.
Um choro perdido, um
olhar sem razão.
Escavo as lembranças,
rumino esperanças, imóvel, perplexo.
Todos neste momento
me abandonaram,
Nada se calcifica nas
minhas certezas, nada se perpetua no meu mundo efêmero.
E essa angustia
tórrida que abrasa minha existência tão complexa, ridiculamente simples,
Essa busca enervante
pela paz,
Os prazeres,
Toda a calma, e o querer,
Sai de mim como uma
loucura, insígnia que rege meus dias,
Uma fatal e nebulosa
assiduidade dessa escuridão em mim,
Arrebata-me e
arrefece meu coração.
Paradoxo constante
nas agruras de um caminho aflito e feliz.
Minha loucura é o
motivo da minha morte e do que me faz viver.
Meu grito e meu
sorriso nascem de tudo em mim conciso,
Mas também, dos meus
profundos vazios diários,
Das minhas noites
vazias,
E do meu alvorecer,
De vazio Eu !
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